Marcel Giró


Premsa

O olhar moderno de Marcel Giró é tema de mostra de fotos em SP

Folha de S. Paulo.
Novembre 2013

As fotos em preto e branco retratam a paisagem urbana do ponto de vista de um olhar bem moderno. Foram feitas nos anos 1950 pelo catalão Marcel Giró (1913­2011), um dos nomes da escola paulista de fotógrafos modernistas.

Com colegas como Geraldo de Barros (1923­1998), Thomaz Farkas (1924­2011) e German Lorca, Giró fez parte do Foto Cine Clube Bandeirante, o quartel­general dos modernos em São Paulo.

No Brasil dos anos 1950, fotografar era documentar. O que esse grupo fez foi levar a técnica ao patamar da obra de arte ­­novidade na época.

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"O modernismo era um protesto silencioso contra as obrigações da fotografia naquele momento. Inaugurou a possibilidade de pensar a forma independente do conteúdo", diz Iatã Canabrava, um dos curadores da mostra.

Ele e a outra curadora, Isabel Amado, têm pesquisado a fotografia modernista há oito anos e chegaram a Giró. "Ninguém sabia do paradeiro e da dimensão do conjunto da obra", diz Canabrava.

O acervo, descobriram, estava com um sobrinho do fotógrafo, em Barcelona. "O que estamos mostrando são ampliações originais de fotos feitas no Brasil, mas que nunca foram expostas aqui", afirma Amado.

Nascido na Espanha, Giró lutou no exército republicano durante a Guerra Civil Espanhola (1936­1939). Com a vitória do franquismo, fugiu do país escalando os Pirineus. Chegou à Colômbia e, depois, ao Brasil, onde se estabeleceu nos anos 1940.

Aqui, ganhava a vida como fotógrafo de publicidade. Foi ele quem deu o primeiro emprego ao fotógrafo J.R. Duran.

"Aprendi com ele não só como enxergar luz e sombra, mas como a cativar a pessoa que vou retratar. Giró também me ensinou que você pode tranquilamente ter uma ocupação 'comercial' sem perder a capacidade de surpreender e de descobrir sua alma de artista', diz Duran, que é um dos fotógrafos de publicidade mais conceituados e mais bem pagos do país.


Iara Biderman 



Folha de S. Paulo