Marcel Giró


Fotografias

Arquitetura. 1950-1970

As fotografias de Marcel Giró sobre arquitectura dos arredores dos anos cinquenta são proyectiles formais, esencias intensas do movimento moderno. Se olha-as atenciosamente, uma por uma, observa como os traços das linhas retas ou curvas e a luz, como grande desenhista, oferecem uns ocos de uma grande abstração e plasticidade. São fotografias frescas, explosivas, rotundas, inquietantes, cheias de vida e modernidad.

Quando visitas as primeiras obras do arquiteto brasileiro Niemeyer -Casa dá canoas (1951) em Rio de Janeiro, conjunto de Ibirapuera (1951) e o edifício Copan (1950) em Sao Paulo- e vê a liberdade plástica de sua arquitectura, com colunas em forma de  "v" e "w", arcadas e abóbadas, linhas curvas, desenhos ondulantes e formas sinuosas, entende a relação entre aquela arquitectura e as fotografias de Marcel Giró. Fotografias que são também coetáneas dos magníficos exercícios de paisajismo de Deboche Marx de uma plástica racionalista e organicista muito explícita.

Nos anos cinquenta são um momento particularmente brilhante para todas as artes em Brasil com uma radicalización da linguagem moderna e orgânico. A vanguardia moderna une a todas as artes estreitamente, integrando escultura, pintura, paisajismo, arquitectura e fotografia. A arquitectura e fotografia desta época formam uma unidade inseparável e profunda. Como se comprova com a obra de Marcel Girou, a imagem fotográfica dá substância ao objeto arquitectónico real e neste sentido segue sendo plenamente vigente e conserva toda sua força criativa.  


Manel Brullet i Tenas
Arquiteto